terça-feira, 29 de janeiro de 2013

                                       

Espiritualidade das Origens

Espiritualidade que parte da própria experiência
Afonso, em toda a sua ação e em todos os seus escritos, baseia-se sempre na própria experiência. Não faz e nem escreve nada que ele mesmo não tenha vivido e experimentado. Nos livros sobre oração estavam suas orações; os livros sobre a meditação estavam cheios de suas meditações; os livros sobre a Paixão foram feitos ao pé do Crucifixo; as visitas ao Santíssimo foram escritas sobre os joelhos, diante do tabernáculo.Sentir-se amado por Deus; descobrir que Deus não é um juiz impiedoso, mas é um Pai misericordioso.
Isso o levou a dedicar-se inteiramente a Deus e, assim, dar sua resposta de amor. Ao longo de sua vida, é isto que ele fará: será sempre uma resposta a esta experiência de conversão ao Deus do amor. Seus escritos sobre o Natal, a Paixão ou a Eucaristia, seus escritos sobre Nossa Senhora, sobre a oração ou seus princípios da moral, serão sempre uma resposta a sua experiência pessoal e profunda do Deus de amor.
O mesmo se deve dizer sobre a obra da fundação da Congregação. Esta ideia baseava-se sobre a longuíssima experiência de oração, na qual Afonso procurava compreender qual era a vontade de Deus; baseava-se na experiência concreta dos abandonados pastoralmente, encontrados em Scala, que foi como uma centelha que inflamou toda a sua pessoa. Se Deus é o Pai misericordioso experimentado por Afonso, ele se sente obrigado, enviado, a falar deste Deus aos abandonados, porque estes também devem ouvir que são amados por esse mesmo Deus. Ele também experimentou o Deus que não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva; e que Deus enviou seu Filho para salvar a todos. Esta era a experiência de Afonso e da qual provém o motive de sua Congregação: “Copiosa apud eum redemption” (“Junto d’Ele a Redenção é abundante” – Sl 129). O fato de encontrar tanta gente abandonada motivou-o a fundar a Congregação e também a refazer toda a sua visão teológica, especialmente teológica moral, para que pudesse responder à situação concreta das pessoas.
Espiritualidade da redenção abundante
Afonso apresenta o Cristo pleno de compaixão, com o braço amplamente aberto, como para abraçar a toda a humanidade e para salvar a todos. O Cristo de Afonso não é um Salvador de um grupo eleito, mas é salvador universal, porque perto dele a redenção é abundante.
Para Afonso, a redenção é, antes de tudo, um dom (dom gratuito e não merecido); a redenção é purificação, justificação, satisfação, mediação… porém, antes de tudo, é o dom do amor, doação, o dom do Filho por parte do Pai. É a graça, dom, presente, iniciativa amorosa do Pai. Este dom de Deus tem seu próprio nome e se chama Jesus Cristo. O Pai não reserva para si mesmo o próprio Filho, mas o envia ao mundo, a fim de que o mundo encontre n’Ele sua redenção. É interessante que, quando Santo Afonso cita o texto de João 3,16 : “Tanto Deus amou o mundo que lhe deu seu próprio Filho”, quase sempre salienta a primeira palavra e diz: “Oh, quanto isto é significante!”
A redenção, portanto, não é tanto a necessidade de justiça para com Deus, mas muito mais a obra de amor de Deus para com o Homem. Deus se deu a nós, porque o seu amor o levou a isto. Desde o momento da Encarnação, Deus é nosso, porque se deu a nós incondicionalmente e sem reservas. Deus, dando a nós seu Filho, pronunciou sua última palavra, de tal forma que esta união entre Deus e nós não pode se romper mais, embora possamos rejeitá-lo com nosso pecado.
A resposta do homem redimido só pode ser uma: a resposta do amor. Deus se fez carne para conquistar nosso amor. Portanto, todos fomos salvos e todos somos chamados à santidade. Afonso começa seu livro “A Prática do Amor a Jesus Cristo” com esta frase: “Toda a santidade e perfeição de uma alma consiste em amar Jesus Cristo, nosso Deus, nosso sumo bem, nosso Salvador”. E acrescenta mais adiante: “Alguma pretensão de santidade depende de muita oração, além de muito sacrifício, dar esmola; contudo tudo o que o cristão deve fazer é responder com amor a Deus, que nos amou tanto através de seu Filho”. Daí se vê que a santidade é possível para todos; cada um pode alcançá-la em sua própria profissão. Cada pessoa deve expressar sua gratidão pela salvação por meio de seu serviço pela obra da redenção; cada um que experimentou o dom da salvação torna-se responsável pela redenção do próximo. A obra da “Capela Vespertina” (Capelle Serotine) era onde Afonso preparava um grupo de pessoas para tornarem-se apóstolos, cada um em seu ambiente; é apenas um dos muitos exemplos maravilhosos.
Espiritualidade Cristocêntrica
O núcleo essencial da espiritualidade alfonsiana é o Cristocentrismo. Na Encarnação de Cristo, toda a criação encontra seu pleno sentido; em sua Morte se restabelece o senso pleno da existência humana. Cristo torna-se o revelador do imenso amor de Deus para com o Homem e para com toda a criação. O Mistério da Redenção começa com a Encarnação, porém se realiza sempre mais na Paixão e na Eucaristia. A Encarnacão alcança sua plenitude na Paixão e da Paixão prolonga-se na Eucaristia. O Cristocentrismo alfonsiano concretiza-se no Verbo Encarnado, no Jesus crucificado e no Jesus eucarístico. Estes são os três momentos da vida de Jesus que são os momentos privilegiados por nós, porque eles expressam sempre mais o dom salvífico de Deus. E, assim, a Encarnação tornou possível sua dedicação por nós, a Paixão a tornou eficaz e a Eucaristia a tornou palpável. Por meio desses três momentos podemos nós, já agora, experimentar esta união com Deus, que os santos gozam no céu.
Espiritualidade do otimismo
Afonso foi um dos maiores ascetas na História da Igreja. Suas penitências e mortificações são impressionantes. O desapego (distacco) é uma das palavras-chave da vida do santo. Mas Alfonso não foi um homem triste, negativo, fechado em si mesmo. Muito pelo contrário, ele era um homem feliz, cheio de sol e música napolitana. Suas canções são cantadas até hoje, certamente porque são plenas de alegria e espontaneidade, que correspondem à natureza do povo napolitano. Ele é também um homem das artes. Não compreende apenas o desenho, a pintura, a música, mas alegra-se por ter em suas mãos o lápis, o pincel, tocar címbalo.
O otimismo da espiritualidade de Santo Afonso reflete-se em sua bondade pastoral. Ele estava convencido de que os sermões que causavam medo não conduziam a uma conversão duradoura. Ao contrário daqueles que suscitavam o amor, aqueles sim levam à conversão profunda e definitiva. Na esperança de que podemos confiar em Deus, porque sabemos que Ele assume nossa condição e quer nossa salvação. Na oração, nós recebemos a graça necessária e suficiente para responder a Deus com amor e perseverar no serviço do bem.
A espiritualidade alfonsiana não é uma espiritualidade do otimismo ingênuo e nem uma receita fácil. Ela exige uma conversão sincera (conversão de amor) e exige uma luta contínua por escolher o bem. Vencer esta luta só é possível com a ajuda da oração.

 



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013




                          


Quem são os coroinhas
Os (as) Coroinhas são crianças, meninos e meninas que realizam em sua vida a experiência do discipulado e do serviço à comunidade, de modo especial nas celebrações eucarísticas. Desde uma tenra idade (6-10 anos) essas crianças são convidadas a doar sua vida e testemunhar Nosso Senhor Jesus Cristo. São convidados a dar testemunho da sua missão também na família, na escola, no grupo de catequese e assim por diante.
Qual a missão dos coroinhas
O Coroinha tem como missão fundamental de auxiliar nas celebrações eucarísticas e nos demais serviços que comunidade necessita juntamente com o auxilio de um acólito. Dá testemunho do amor de Deus que chama a muitos como outrora ao jovem São Tarcísio e Santa Maria Goretti a dar sua contribuição na construção do Reino de Deus no ambiente onde está inserido, seja na família, no grupo de Coroinhas, na comunidade, na escola, etc. Por atuar diretamente nos serviços do altar e da comunidade o Coroinha também tem por missão, o zelo pela comunidade como ambiente de oração, favorecendo a oração comunitária e o bom ambiente celebrativo, além de defender a Eucaristia, a exemplo de seu padroeiro São Tarcísio.
A espiritualidade de um coroinha
Por atuar diretamente nos serviços do altar a espiritualidade central do chamado a dar testemunho da presença real de Jesus Cristo na Santa Eucaristia e das bênçãos que Ele derrama em sua Igreja. Piedade, a oração, a adoração à reverência e gosto pelos demais sacramentos. A espiritualidade do Coroinha é a espiritualidade eucarística. O Coroinha, em cada celebração eucarística, torna-se pequeno guardião e defensor da sacralidade da Eucaristia.